Piloto automático evita mais mortes

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fap22
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Piloto automático evita mais mortes

Mensagem por fap22 »

Os dois caças F-16 que anteontem interceptaram a aeronave que se despenhou no mar – a 200 milhas do Cabo da Roca – não tinham autorização para abater o aparelho, caso este se dirigisse para um centro urbano, colocando mais vidas em perigo, apurou o CM junto do porta-voz da Força Aérea.


"Caso se verificasse essa situação, alertávamos a Protecção Civil", informou o tenente-coronel Seabra, remetendo mais esclarecimentos sobre os procedimentos previstos nestas situações para hoje.

Contactada pelo CM, fonte da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANSR) informou que, "em caso de alerta para um previsível despenhamento de uma aeronave em território nacional, activava-se os meios de socorro adequados após uma avaliação operacional do caso".

Recorde-se que anteontem, cerca das 10h00, Luís Carvalho, que pilotava um Piper PA34 entre Bragança e Coimbra, informou os controladores aéreos de que estava indisposto. De imediato foram accionados dois caças F-16 e um helicóptero EH101 para interceptar e acompanhar a aeronave. Avistaram-na às 10h13, mas, por falta de combustível, os aviões da Força Aérea abandonaram o piloto – inconsciente e que seguia em piloto automático em direcção ao mar – às 11h37. O despenhamento verificou--se cerca das 11h50, a 200 milhas a oeste do Cabo da Roca, quando acabou o combustível.

João Moutinho, piloto, instrutor e professor de aeronáutica, garantiu ao CM que, no caso de um avião descontrolado se dirigir para uma área habitada, os pilotos do F-16 que forem em seu socorro "não têm qualquer hipótese. Só terem conseguido observar o detalhe de o piloto estar inconsciente já é surpreendente", garante, avisando que a velocidade mínima de um F-16 é muito maior do que a velocidade cruzeiro de um Piper. O especialista afirma ainda que, excepto em casos de terrorismo, "ninguém assumiria a responsabilidade de abater um avião".

PIPER PA34 VOA SEM CAIXAS NEGRAS

O Piper PA34 foi concebido em 1971, mas desde então sofreu muitas alterações que beneficiaram a sua estabilidade e manobrabilidade. Operado por um único piloto e com capacidade para cinco passageiros, este bimotor não tem caixas negras que registem as incidências da viagem. No entanto, qualquer voo tem de ser comunicado às autoridades competentes com pelo menos meia hora de antecedência. Apenas os voos denominados locais – que não estão autorizados a sair da área de controlo do aeródromo de onde partiram – estão livres de o fazer. Enquadram-se neste caso os voos de formação e os de lazer. Ainda assim, estes voos são acompanhados por operadores aéreos civis e militares, sendo que estes últimos podem dar ordens ao piloto a qualquer momento.

PILOTO JÁ ESTAVA INDISPOSTO NO DIA ANTERIOR

Luís Carvalho tinha 59 anos e era cirurgião no Hospital de Bragança. Estava divorciado e tinha uma filha. Entusiasta da aviação – era membro do aeroclube local –, voava quase todos os dias e dava formação a jovens pilotos. De acordo com o amigo Serafim Pires, vice-presidente do Aeroclube de Bragança, Luís Carvalho tinha ido a Coimbra para colocar um novo rádio. "Precisava de mais frequências para ir de férias com o aparelho na próxima semana", afirma. Na véspera do acidente "foi-se embora de uma festa no aeródromo porque se estava a sentir mal". "Como é que, sendo médico, não se apercebeu dos sinais?", questiona Serafim Pires.

APONTAMENTOS

VOO CONTROLADO

Para voar entre Bragança e Coimbra, o piloto é obrigado a comunicar o plano de voo, o número de passageiros, a hora de partida e o destino alternativo. Luís Carvalho efectuou todos os procedimentos.

BUSCAS PROSSEGUEM

Os destroços recolhidos ontem por um porta-contentores que estava próximo do local não são do Piper PA34 de Luís Carvalho. As buscas pelo piloto e aeronave continuam hoje com um avião P3P da Força Aérea e a corveta da Marinha, ‘João Roby’.

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